sábado, 31 de julho de 2010


Sonhei com meu avô. No sonho, eu o abraçava e chorava copiosamente. Na verdade, reclamava a audácia de ir embora dessa vida louca e me deixar aqui, sozinha. Como ele teve coragem? Até então éramos verdadeiros companheiros de viagem, cuidávamos um do outro, nos divertíamos com lembranças do passado e fazíamos planos pro futuro. Estávamos juntos em todos eles. E agora? Por onde será que ele anda? Os planos, eu sei. Foram todos, como dizem por água abaixo. Mas meu avô foi pra outro lugar, navegar em outras ondas. Mais limpas, será? Mais calmas, talvez. Sinto saudades, e saudade somente aqui no Brasil é um sentimento. Difícil de sentir. Por outro lado, acredito que Deus não nos dá um fardo maior do que o que podemos carregar. Então eu tenho que continuar. Sozinha, sem ele. Até o dia em que vamos nos encontrar novamente. Quero ter muito o que contar. Coisas boas, claro. Afinal, eu sempre o poupei das ruins. Por isso, faço novos planos. Vou viver o máximo e o melhor que eu puder. Vou estudar e trabalhar arduamente, me apaixonar quantas vezes me for possível, sorrir quando der vontade e chorar quando necessário. Vou ter filhos, e eles terão o mesmo sobrenome do meu avô e serão grandes pessoas como ele foi. Quando vierem os problemas, enfrentarei todos. E se vierem outros, mesmo cansada enfrentarei também. Defenderei os meus amores até o último instante. A jornada é longa, eu sei. Mas a saudade, por mais difícil que seja senti-la, essa vai ser agora a minha principal companheira nessa viagem dolorosa e maravilhosa que é a vida.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Ponto. Final? Todo final é um novo começo. É clichê, sim Mas quem disse que os clichês não dizem a verdade? Renovar não é fácil. Comece com um ponto. Ponto no que já era, no que já foi. Ponto no que faz mal, ponto no insolucionável, no que se arrasta, ponto nos maus momentos, nas más lembranças, naquilo que te mantém estagnado, ponto nos medos antigos, no amor que acabou e você insiste em trazer de volta. Ponto no mesmo erro, no mesmo defeito, nas mesmas maneiras de pensar. Ponto. Final.