segunda-feira, 21 de março de 2011


Todo mundo quer ser jovem, vocâs já repararam? As propagandas de planos de saúde, as de cosméticos, entre muitas outras, os reality shows, as novelas inculcam em nossas cabeças que a juventude é a melhor idade e, por isso, devemos prolongá-la ao máximo. Será isso verdade? Difícil para mim responder, já que vivo há apenas vinte e dois anos, ou seja, só tenho a infância para comparar. Vejo minha mãe com seus cremes anti-rugas, meu pai com a vista um pouco cansada, será que eles também vivem tentando ser jovens? Sinceramente, posso estar equivocada, mas não vejo sentido nisso. Meus pais têm cinquenta anos, já passaram pela infância e pela idade da descoberta, já se casaram, tiveram filho, sofreram perdas irreparáveis. Meus pais possuem toda uma história de vida. Mesmo que a juventude seja uma fase maravilhosa da vida, cujos hormônios são nossos melhores amigos, o tempo às vezes até sobra, nosso corpo colabora com a gente, por que eles abririam mão dessa história em busca de uma juventude que não volta? Vivamos cada coisa ao seu tempo. Como está no livro de Eclesiastes 3:1, "Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu. / Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;/ Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar;/ Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar;/ Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar;/ Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora;/ Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar;;/ Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz". Que sejamos capazes de guardar essas palavras e meditar nelas, assim, quem sabe, consigamos valorizar e aproveitar cada fase da nossa vida, afinal, fase pressupõe trânsito, ou seja, algo que está em movimento, que "passa"; assim também é a vida.

quarta-feira, 16 de março de 2011


Pra Rua Me Levar
(Ana Carolina)

Não vou viver, como alguém que só espera um novo amor
Há outras coisas no caminho onde eu vou
As vezes ando só, trocando passos com a solidão
Momentos que são meus, e que não abro mão
Já sei olhar o rio por onde a vida passa
Sem me precipitar, e nem perder a hora
Escuto no silêncio que há em mim e basta
Outro tempo começou pra mim agora


Vou deixar a rua me levar
Ver a cidade se acender
A lua vai banhar esse lugar
Eu vou lembrar você

É mas tenho ainda muita coisa pra arrumar
Promessas que me fiz e que ainda não cumpri
Palavras me aguardam o tempo exato pra falar
Coisas minhas, talvez você nem queira ouvir
Já sei olhar o rio por onde a vida passa
Sem me precipitar, e nem perder a hora
Escuto no silêncio que há em mim e basta
Outro tempo começou pra mim agora

Vou deixar a rua me levar

segunda-feira, 14 de março de 2011


Todo dia é um novo dia. Você já parou para pensar nisso? Às vezes estamos tão acostumados com a rotina, com o sol nascendo e se pondo e nossas ações intermediadas por isso que não nos lembramos que todos os dias são singulares. Assim também somos nós. Se você pensa que os problemas que te cercam são constantes, pense, amanhã é um outro dia, quem sabe os problemas não ficam para trás? A mesma filosofia serve para aquilo que trazemos de bom, o amor que sentimos por nossa família, amigos, ou alguém especial. Renovamos esse amor diariamente, acrescentando alguns novos acontecimentos e, consequentemente, aumentando a dimensão desse amor. Não quero cair nos clichês do tipo "nada como um dia após o outro", a questão que me faz refletir hoje é como Deus é perfeito, tão perfeito que criou o nosso corpo para se movimentar e, em algum momento, cansar e aí somos fisicamente obrigados a praticar o que chamo de uma das sete maravilhas do mundo, dormir. E todo mundo dorme, meu pai dorme, minha professora de inglês, o gato do Cauã Reymond, Hitler dormia (será?). E, ao acordar, temos um novo dia, um novo calor do sol, uma nova mente, limpinha, um novo corpo, descansado, enfim, somos outros também, como o dia. Diante de tanta renovação, não deveria haver espaço para cacarecos, angústias, rancores, medos que nos impedem de avançar,  parafernalhas mentais, tudo velho, passado, como o dia de ontem. Não sejamos tão retrógrados, façamos como Raul Seixas, que prefere ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo. Renovemo-nos!